Estudar a mobilidade e o tempo de deslocamento como elementos fundamentais à compreensão de processos históricos de segregação espacial por classe social, raça e gênero nas periferias urbanas das cidades brasileiras. Entender as condições de mobilidades desiguais e precárias enfrentadas cotidianamente pelas populações periféricas, o tempo perdido nos deslocamentos e as barreiras para a acessibilidade aos equipamentos urbanos, serviços públicos, oportunidades de empregos, cultura e lazer.
As mobilidades desiguais, articuladas às redes sociotécnicas e relações de poder, revelam velocidades e lentidão de grupos e classes sociais. As populações pobres, negras e periféricas são mais submetidas aos constrangimentos dos deslocamentos nos transportes coletivos e vulnerabilidades na condição de pedestres, ciclistas e motociclistas. Conflitos, estigmas e vidas matáveis na gestão de corpos em movimento. Trabalho precário de motociclistas e ciclistas entregadores por aplicativos nas cidades.
As perspectivas teóricas da mobilidade e segregação espacial, agencia metodologias mais amplas e abertas para abordagens quantitativas e qualitativas. As formas de representações desses deslocamentos e isolamento espacial, através de propostas de cartografia digital, social, colaborativa. Cartografia histórica, travessias e biografias periféricas. Uso de novos dispositivos tecnológicos por smartphones podem contribuir a novos entendimentos das condições periféricas e participação popular.